segunda-feira, 24 de novembro de 2008

O Preguiçoso Progresso da Preguiça que Progride

Diz-se de um malandro que escreveu que a origem da desigualdade entre os homens começou quando alguém cercou um pedaço de terra e disse: "Isso é meu!".

Posteriormente, Karlinhos mostrou que maior problema ainda foi quando alguém cercou um pedaço de outro alguém e disse a mesma maldita frase.

E assim foi acontecendo, a história da humanidade é recheada de: "Isso é meu!", "Agora não é mais!", "Agora é minha vez!", "E tenho dito!" e outros blablablas idiotas...

Pois agora eu lanço a minha teoria!
Digo que a coisa começou a ficar feia pra humanidade quando...
Alguém muito carrancudo resolveu fazer algo que não era preciso fazer só pra fazer parecer o outro inútil.

Criou-se necessidade pelo fazer inútil e o chamaram de trabalho.
E logo criou-se inutilidade pelo necessário e o chamaram de preguiça.

Assalariaram os escravos e chamaram de trabalhadores.
Marginalizaram os pensadores e chamaram de vagabundos.

É lógico, que tem muita gente vagabunda por aí mesmo,
gente preguiçosa de verdade, mas não é disso que estou falando...
Não se mede o caráter de alguém a partir do peso que carrega!
As pessoas são o que são mermão e não somente o que fazem!

Tanta gente diz:
-Tu ganha a vida no samba? Ah! Então tu não trabalha!

Puxa vida,
A vida, foi a vida que me deu quando eu nasci, já ganhei faz uns anos.
No mais, agora o que eu faço é viver!
Não fico ganhando ela no samba, leve a levo.

"No samba eu levo ela, leve vida
E no peso da levada, lindo enlevo louvo
Vivo leve nesse compasso que me eleva"


Enfim, esse post é um simples viva à ela!
Viva à vida, viva ao dito ócio criativo!
A todos aqueles momentos aparentemente vazios que permitiram grandes idéias!

E pras pessoas de alma bem pequena que remoem pequenos problemas...
Vamos pedir piedade, Senhor piedade!

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

A Herege Alegria do Samba

Opa! Opa!

Tecotelecoteco...
Vida injusta , vida ingrata, a do mestre Cartola.
O mundo não merecia tão precioso presente, mas agradece!

Esses anos todos vivendo a noite nos bares me mostram que a vida noturna não é um referencial de vida.
Quer dizer...
Não pelas noites não dormidas ou pela bebida,
Mas sim porque sei que o mundo dos becos e botecos é um mundo muito mais justo e humano que esse mundão por aí.

-Me vê uma dose, um cinzeiro e um jogo de sinuca.
-É pra já Batuta!
-E aí, como vai a luta?

Durante esses anos todos nos bares fiz amigos, colegas, conhecidos.
Contudo, inimigos só tenho fora do bar.
Bar... bar...

Eu escolho quem faz parte do meu bar.
-Vamos bater um papo e tomar uma cerveja?

A verdade é que as pessoas por aí não sabem ser bem tratadas. Foram tão surradas pela ingrata roda viva que desenvolveram uma eterna desconfiaça com o próximo e principalmente com o ser mais importante e mais próximo de todos... aquele do outro lado do espelho.

É engraçado como as pessoas se fecham quando se flagram contentes demais. Herança religiosa talvez, a alegria se tornou sinônimo de coisa errada e o mau-humor algo a ser respeitado.
É a virtude do sofrimento, eita!

Já que não há outro modo dito "civilizado" de se atuar nesse palco, a maioria acha que é apenas reclamando das coisas que se conquista algum respeito.
Há!
Conquista o primeiro lugar na fila pra o fracasso. Isso sim!
Enfim, é uma escolha que cada um faz.
Eu fiz a minha.
Escolhi a liberdade e assumi o sorriso.

Que digam, que ditem,
destratem, despeitem ou desdenhem...
Se a alegria do meu samba é a heresia da tua crença,
sem ofensa, dê-me licença:
O herege aqui vai sambar sorrindo
diante desses olhos tristes de virtude!

Há!

link da imagem

Tenta a sorte São Pedroca!

"Sim
Pode vir uma enxurrada
E carregar tudo o que eu tinha
Sim
Posso até gostar

Deixa eu sair sozinha...
"


Depois da tempestade vem a bonança. Tá certo.
E durante?
Tá na chuva é pra se molhar, rapaz!
E quer coisa melhor que banho de chuva?

Dia desses, choveu.
Aliás, nada mais normal por essas bandas.
Se Sampa é terra da garoa, Curita é terra da enxurrada.
Tô nem aí!
Quem faz meu tempo sou eu!
E se pros outros a chuva tá doendo aí já não é problema meu!
Xô, mau-humor!
A chuva chove mas não apaga o sol.

E a noite...
Ah! A noite é uma beleza!
Existe noite cinzenta?

Pois pra mim, todo o dia é noite e toda noite tem sol.
Todo o som é samba e por isso eu sambo por essa vida!
E os anos ensinaram uma coisa aqui pro velho...
O passarinho não canta porque é feliz,
Ele é feliz porque canta!

Fred Astaire grande exemplo, haha!

Pois que caia a chuva,
Mas caia muita chuva,
Eu quero é tempestade em cima de mim...

Que rua a casa, que a casa-rua...
eu bambo mas não caio!

Tenta a sorte São Pedro!
Tenta a sorte aqui!

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Primavera nos Dentes

Penso eu com meus botões, ou melhor, com minhas cordas.
A dita quântica diz que na essência as coisas são cordas.
Penso coisas, penso cordas. Ok.
Se as coisas são cordas e as cordas são coisas;
De quê são feitas tais cordas se não delas mesmas?
Enfim, o mundo se constrói nele mesmo.
No micro, no macro e nas cordas do meu violão.

Penso cordas, dedilho coisas e no contratempo desse mundo corrido verto idéias concretas em sons.

Tecotelecoteco.
Hoje as cordas me disseram que o mundo é de papel. Nele vivem seres que temem que a chuva molhe, que o sol queime e que tudo se amasse e não fazem viver.
Se apegam a qualquer pedra em que tropeçaram por aí, ou inventam a própria pedra pra adorar; de preferência uma pedra bem grande - intransponível e bem no meio do caminho.
E dizem que isso é viver!
Haha!

Viver não é isso não, viu?!
A pedra é uma distração para os covardes.
Vive aquele que ousa pular da pedra e pula no rio
E mesmo assim não vai conforme a corrente.


"Quem tem consciência para ter coragem
quem tem a força pra saber que existe
e no centro da própria engrenagem
Inventa a contra-mola que resiste

Quem não vacila mesmo derrotado
Quem já perdido nunca desespera
E envolto em tempestado, decepado
Entre os dentes, segura a primavera"

Atraso: Espera e Esperança

Como diria finada vovó: "Ê, laiá!"
Como argumentaria Chiquim: "Tem dias que a gente se sente como quem partiu ou morreu..."

É a roda-viva que mata, o roda-moinho que tritura a escassa energia desse fim-de-ano...
Roda-pião que vertiginoso me tonteia..

Atraso no post, atraso no fim do mês.
Nesse mês - como em quase todos - o fim-do-mês parece ter perdido o trêm das onze e mais uma vez chegará atrasado.
É, o dinheiro acabou.
Não sou Amélia e não acho bonito esse miserê todo. Contudo, como um bom malandro, ainda mantenho o samba no pé e meio bêbado do roda-pião e meio equilibrista à Carlitos eu sigo com alguma esperança rumo ao fim-do-ano.

Trim-trim, "Alô" - digo.
-Ô Batuta! Aqui é Vini! Escute esses versos.
-Ô, Moraes, mas é claro, por favor.
-Não há mal pior do que a descrença, mesmo o amor que não compensa é melhor que a solidão. O que achas?
-Que beleza Vini! Estas melhorando meu velho!

Pois é, lembrei desses versos de Vini. "Não há mal pior do que a descrença".
Levo os problemas com sorriso no rosto. Ainda esperançoso.

Rá! Falando em esperança...
Essa semana, dá-lhe o mundo magnata com sorriso no rosto também,
É, todo mundo tá fodido, olheira fuuunda...
Mas não tão fuuunda quanto o rombo nos cofres públicos,
Não tão fuuunda quanto o esse buraco sem fuuuundos em que a bolsa cai...

A bolsa cai cai balão, mas o Barack tem a solução.

Post fluxo da consciência bipolar. Haha!
O branco de alma negra, poeta de sempre bem-vindas palavras.
E o negro que poucos perceberam, tem alma branca!
Compõem esse corrido post...
Nada muda nessa terra de gigantes...

Opinião desse velho aqui:
Super-homem é o João!
É um pássaro? É um avião? Não! É o João!
Mais rápido que uma lotação, trabalha suado, sol a sol por um mísero salário...
Faz o milagre da multiplicação da renda,
Sustenta família e provém estudo pros filhos...
Super-homens e super-mulheres...

Vocês, esperança.
Eles, descrença.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Bem vindos à minha lata!

“Caro Batuta.

Minha opinião?
Malandro que é malandro não escreve diário, não!
Malandro que é malandro compõe samba e coisa e tal!
Ih... Tô até vendo, tu te vendendo por um nada de salário,
Não vá trocar o malandro vocabulário por um formal!

Te cuida, Batuta!
Tu é cara esperto, quer boa vida, nada mais normal!
Mas não larga a luta, viu Batuta?
Tu já tá meio assim, meio meio,
Meio velhaco, meio murcho
Vai virar blogueiro, interneteiro, seilah...
Sinto receio, confesso,
Escreve lá o teu diário semanal,
Mas não deixa de escrever teus versos,
Aparece aqui na roda volta e meia.
Combinado?

Um abraço.
E apesar dos pesares te apoio nessa nova carreira.

Do teu amigo

Parça”.

Essa é a carta do Parça em resposta à minha missiva.
Conservador que só, ele não se convenceu!

Que blogando vou poder contar nossos velhos causos pra o mundo todo!
Eu, Parça e a música brasileira!
Nossas histórias com estimados amigos que nos próximos posts vou apresentar a vocês.Vini, Toco, Chiquinho, Betinho, Pixinga, Barbosa, Mario, TomTom e tantos outros.
É... com o tempo ele vai ver que o lance é bom e vai virar blogueiro também!
Vai que de repente até volta a estudar feito eu, que vim pra faculdade depois de velho.

Pois então...
Decidi então que vou misturar um pouco de tudo aqui...
Comentar a música brasileira com acordes de bom humor...
Analisar com a harmonia de um digno filósofo de boteco!
Arranjar ao ritmo de futebol, política e afins.
E pra não dizer que não falei das flores...
Utilizarei o espaço como diário também.

Será que tudo isso cabe aqui, num mero blog?
Será que cabe?

Ah! Pra responder lembro-me de um papo que tivemos, eu, Parça e Betinho...Não. Não o sociólogo mineiro irmão do Henfil, esse também foi amigo nosso, hoje me refiro a outro Beto...
Falo do Betinho Gil!
Sangue bom, parceiro do atual parceiro do rei!

Faz uns anos,
O papo era sobre lata e poesia...
Disse a ele que tudo-nada cabia na lata do poeta.
E esperto que só, aquele baiano fez uma música com a minha idéia!
Fez uma música com a idéia minha!!!
Imaginem, só!
Juro!

E que eu fique uma semana toda com o timbre do João Gilberto me martelando a cabeça caso eu esteja mentindo!!!
Juro!!!

Enfim, sejam todos bem vindos à minha lata,
inclusive Betinho.
Bem vindos à MINHA lata!
MINHA!

Mas tu ainda me paga, viu, Beto!
A gente combina de se encontrar e tu me paga...
Nem que seja com cerveja e cigarro,
A gente combina de se ver,
Mas dessa vez...

Nada de papo sobre latas, viu?!